Filho diz que empresário morto a tiros era religioso e dedicado ao trabalho e à família: 'Lutava pelos sonhos dele'
Empresário Silvano Bilio foi morto no dia 29 de novembro Divulgação/Arquivo pessoal Um homem de família simples e que conseguiu empreender com muito trabalh...
Empresário Silvano Bilio foi morto no dia 29 de novembro Divulgação/Arquivo pessoal Um homem de família simples e que conseguiu empreender com muito trabalho e dedicação. Segundo a família, assim foi a vida do empresário Silvano Bilio da Silva, de 47 anos, assassinado a tiros em Darcinópolis, no norte do Tocantins. Ele era dono de uma loja de materiais de construção e o crime chocou parentes e moradores da cidade. O homicídio aconteceu no sábado, dia 29 de novembro deste ano, na rua Santa Tereza. A Polícia Militar (PM) informou que os atiradores chegaram ao local em um carro, atiraram em Silvano e fugiram. Dois homens foram presos na BR-153, próximo ao acesso ao município de Riachinho, momentos após o crime. Passados cinco dias do assassinato, um dos filhos do empresário conversou com o g1 para falar sobre a perda. Segundo João Witor Bilio Flores, de 22 anos, seminarista e estudante de Teologia em Brasília (DF),o pai era natural de Nova Olinda e trabalhou na roça com o avô desde muito pequeno. Aprendeu o ofício da marcenaria com o qual trabalhou por anos. Há cerca de sete anos vendeu a marcenaria que montou para comprar a loja de materiais para construção. "Então desde 2018 a gente tava aqui, eu ficava um pouco mais de longe, que estava estudando no seminário, mas aqui na loja trabalhava meu pai, minha mãe e meus dois irmãos mais novos. Fazia os pedidos, atendia, tinha muitos e muitos amigos, clientes nossos que sempre compravam aqui na loja. A gente fornecia para outras cidades vizinhas, então o dia a dia do meu pai sempre era aqui na loja", contou o seminarista. No sábado pela manhã, pouco antes de Silvano ser assassinado, ele conversou por telefone com João Witor. Neste mesmo dia, o jovem entrou em férias nas atividades e já havia comprado a passagem para voltar ao Tocantins e ficar com a família. "Eu ia pegar o ônibus de Brasília para Araguaína à noite. Eu ia assistir o jogo lá, conversei com meu pai sobre o jogo do Flamengo, afinal que a gente ia assistir. E depois eu ia chegar aqui no domingo à noite [em Darcinópolis]", explicou. O jovem também contou o que o pai fez um dia antes de ser abordado por atiradores: "Na sexta-feira, meu pai ficou aqui na loja, trabalhou o dia todo. À noite, meu pai foi para Araguaína participar de uma reunião do acampamento da igreja, era um acampamento de casais. Minha mãe falou que eles, voltaram conversando, sorrindo, falando dos planos para as nossas férias", explicou. Empresário da construção civil é assassinado a tiros em Darcinópolis LEIA TAMBÉM: Empresário é morto a tiros em Darcinópolis e suspeitos são presos na BR-153 Marido que confessou matar mulher e enterrar corpo em mata tem histórico de violência doméstica contra a vítima, diz SSP Homem é preso suspeito de matar esposa e enterrar em mata após ficar com corpo por 24 horas, diz PM A família é muito ligada à Igreja Católica e além do trabalho, o pai era dedicado aos serviços da paróquia que frequentava. "Meu pai até costumava brincar que lá em casa já estava virando a casa dos padres, porque sempre que algum padre que estava passando aqui por Dacinópolis, ia lá para casa, jantava, fazia algum lanche", relembrou o seminarista. Para o filho, Silvano era um exemplo a ser seguido. "Eu falei na missa de corpo presente que se eu pudesse definir meu pai em uma palavra seria lutador, porque meu pai ele era muito sonhador e lutava pelos sonhos dele", lamentou João Witor. Sobre a investigação, a família afirma que ainda não tem nenhuma informação sobre a motivação do homicídio. Mas o filho disse que o pai não devia nada "financeiramente ou moralmente". "Todo mundo aqui na cidade gosta do meu pai, a missa de corpo presente estava lotada, tinha gente até fora da igreja. Então a certeza que a gente tem é que meu pai não devia nada, absolutamente nada", ressaltou. Silvano disse que a Secretaria de Segurança Pública (SSP) infomou que o crime segue sendo investigado pela 31ª Delegacia de Darcinópolis, mas que não há informações que possam ser repassadas. A pasta destacou que o inquérito segue curso normal e dentro do prazo previsto em lei. Veja mais notícias da região no g1 Tocantins.