Investigação aponta que Grupo Refit sonega de maneira recorrente e intencional e tem R$ 26 bilhões em impostos atrasados
Investigação aponta que Refit montou esquema para sonegar R$ 26 bilhões em impostos Uma operação em cinco estados e no Distrito Federal teve como alvo nest...
Investigação aponta que Refit montou esquema para sonegar R$ 26 bilhões em impostos Uma operação em cinco estados e no Distrito Federal teve como alvo nesta quinta-feira (27) Ricardo Magro, o maior devedor de ICMS de São Paulo e um dos maiores da União. O grupo dele, o Refit, atua no setor de combustíveis e tem R$ 26 bilhões em impostos atrasados. A Operação Poço de Lobato mobilizou mais de 620 agentes municipais, estaduais e federais em cinco estados e no Distrito Federal. Logo cedo, a força-tarefa - formada por promotores de Justiça, auditores fiscais e policiais - foi às ruas para cumprir mandados de busca e apreensão contra 190 pessoas e empresas suspeitas de envolvimento em um esquema bilionário de sonegação de impostos e lavagem de dinheiro no mercado de combustíveis. “O trabalho integrado das instituições proporciona bloqueios patrimoniais em esferas de competência diferentes. Nós temos, a Procuradoria-Geral do Estado, que conseguiu bloqueios na esfera cível. Nós temos a Procuradoria da Fazenda Nacional que também conseguiu bloqueios na esfera federal”, diz o promotor de Justiça Alexandre Castilho. Em dois endereços na cidade de São Paulo, policiais apreenderam mais de R$ 2 milhões em dinheiro. Já os oito sacos com esmeraldas estavam em uma empresa em Campinas, no interior paulista. Cada um está avaliado em cerca de R$ 11 mil. O empresário Ricardo Magro aparece no centro da investigação. O advogado paulista, que há mais de uma década vive nos Estados Unidos, é dono da refinaria Refit, no Rio de Janeiro. Além da refinaria, fazem parte do grupo controlado por Ricardo Magro empresas de logística, importação, tecnologia, escritórios de advocacia e uma rede de postos de combustíveis no eixo Rio-São Paulo. A Justiça determinou o bloqueio de R$ 10,2 bilhões em bens dos integrantes do Grupo Refit. Investigação aponta que Grupo Refit sonega de maneira recorrente e intencional e tem R$ 26 bilhões em impostos atrasados Jornal Nacional/ Reprodução Em 17 anos de operação, o Grupo Refit ganhou espaço no mercado e acumulou patrimônio com um esquema que, segundo as investigações, era estruturado para não pagar impostos. Hoje, a Refit deve um total de R$ 26 bilhões em tributos municipais, estaduais e federais. No estado de São Paulo, o grupo chegou ao ponto de se tornar o maior devedor de impostos. “É uma operação superimportante, que nasce do inconformismo com os débitos, com os devedores contumazes aqui no Estado de São Paulo. Só para se ter uma ideia, a gente está falando de uma operação contra um grupo que tem inscrito em dívida ativa R$ 9,6 bilhões. É como se a gente tirasse da população, subtraísse da população, um hospital de médio porte por mês. É como se a gente impedisse a construção de 20 escolas por mês. Esse é o tamanho da fraude. Então, é um grupo que se especializou na fraude fiscal e que, com certeza, está sofrendo um grande revés no dia de hoje, graças a essa ação interinstitucional”, diz o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do Republicanos. A dívida da Refit com o estado do Rio de Janeiro é ainda maior: R$ 13 bilhões. “O que esse grupo econômico deixou de recolher ao estado do Rio de Janeiro é o orçamento todo do estado com as polícias dele. Isso mostra como o combate ao crime não pode ser só lá na ponta, só no varejo. Precisa ser nessas estruturas financeiras que corroem a segurança pública do Brasil, que corroem as estruturas do Estado que combatem as organizações criminosas aqui no Brasil”, afirma Robinson Barreirinhas, secretário especial da Receita Federal. LEIA TAMBÉM Polícia apreende mais de R$ 2 milhões em espécie e esmeraldas durante operação contra Grupo Refit Megaoperação mira o Grupo Refit, apontado como o maior devedor de impostos de São Paulo Grupo Refit usava cerca de 50 fundos de investimento para ocultar bilhões em sonegação, aponta Receita Federal Do porto aos postos: como funcionava o esquema bilionário de sonegação com combustível da Refit